quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pressupostos:

          Luiz Percival Leme Britto sustenta a tese de que o papel da escola deve ser o de garantir ao aluno o acesso à escrita e aos discursos que se organizam a partir dela (1997: 14). Nesse sentido, ele defende uma proposta de ensino de língua que privilegie práticas que envolvam a leitura, a escrita e os usos da língua em situações de instâncias públicas, que, em última análise, se orientam pela cultura escrita (Britto 2004: 138).
         Concordando com essa perspectiva, o projeto “Língua afiada: letra e voz entre nós!” tem como pressuposto fundamental a visão de que o ensino de língua deve servir para instrumentalizar os educandos, a fim de que participem, com cada vez mais autonomia, das situações de interação social mediadas pela cultura escrita, melhor compreendendo a realidade que os cerca. Para isso, se faz necessário pensar em atividades que possam ampliar a competência do aluno para o exercício cada vez mais pleno da fala e da escrita, incluindo, evidentemente, a escuta e a leitura (Antunes, 2003: 110).
          O foco desse propósito de ensino é, enfim, chegar aos usos sociais da língua, isto é, à língua que somente acontece entre duas ou mais pessoas, com alguma finalidade, num contexto específico e sob a forma de um texto [...] desse ou daquele gênero (Antunes, 2003: 109).
          Nesse sentido, o trabalho se pautará em criar situações de aprendizagem centradas no texto como objeto de estudo, de modo que os aprendizes se apropriem da tecnologia da escrita, vendo-a como ferramenta de acesso a um mundo constituído por saberes e comportamentos articulados em função da cultura escrita (Britto 2004: 134). O “texto” servirá de base para que eles estabeleçam um diálogo cada vez mais profundo com esse mundo: na medida em que se apropriarem da escrita enquanto sistema simbólico que veicula discursos, poderão manipular textos e enunciados de forma cada vez mais autônoma, a ponto de construírem seus próprios discursos.
          O projeto está dividido em três módulos, cada qual ancorado em um dos elementos da mesma tríade
(“USOREFLEXÃOUSO”) que organiza os projetos apresentados nos Referenciais Curriculares do Rio grande do Sul.

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